quarta-feira, 31 de julho de 2013

Horn Please

Foi algures por ali que aconteceu tudo até ser hoje.

Chegamos onde nunca prevíramos estar. O lugar onde é preciso em cambalhotas encurvar perspectivas. Uma espécie de espaço onde, antes, ao fundo, havia uma linha. Estamos aqui, num palco de paredes que se sucedem. O pano não desce, não sobe, e ninguém disse que é bom ficar com os pés no chão.

Parece que aguardamos estrelas vivificadas diferentes das que nos alumiam. Mas de dia não podemos dançar. Achamos que não podemos e, de repente, a noite já caiu.

Mas há Lisboa e o mundo inteiro a seguir. Ouço o barulho do trânsito e vejo-te entre os transeuntes. Também te alenta o sorriso que alguém dá e não esperavas. Sabemos que há tantas coisas feitas de giz que não estão escritas nos muros das casas. Há muitas coisas que as palavras não falam e as tintas não pintam. Não sabemos tudo. Não sabemos nada do que está por vir. Há uma algibeira de sonhos dentro da minha mão. E é com ela que agarro a tua.

(E, de repente, o dia nasce outra vez, inteiro,
só para nós.)