sábado, 29 de abril de 2017

Written On The Sky

Do álbum: as notas azuis. Acordes celestiais. Seriam menos de 2 minutos. E, por isso, o tempo entretido, pequeno. Parece um mergulho sem pretensões de apeneia. Se fosse eu, viria acima de um fôlego, recuperar a minha natureza. Porque eu nem sou do céu, nem da água, sou terra. E, apenas avisto o que se escreve lá em cima nessas notas azuis que de noite cintilam sem cor.  


sexta-feira, 28 de abril de 2017

Perfect

Apenas quem conhece sabe. Virou mal uma ou duas vezes em vez de seguir em frente. Há sempre algumas más decisões. Olha como se complicou a vida mas eu ainda aqui estou e tu ainda aqui estás. Porque perseguimo-nos sem nos sabermos atrás de nós. Já aqui há tudo. E já havia. Porquê que fazemos isso? Porque é que faço isso? Pediste-me para parar um bocadinho e ver. Ver como somos perfeitos. E só tu me poderias ver assim.


segunda-feira, 17 de abril de 2017

Pictures of You

Fotografias. Vê-las, recordar o que passou. Saber o que se pode ser feliz. Registar o que temos nosso de mundo. Alguns lugares onde estivemos. Ficamos quietos com o tempo de chuva. Ou então, corremos lá fora. Gritamos para acreditar que é real, e tornar tudo ainda mais vivo. Se o sol lá estiver é sempre mais bonito. A luminosidade melhora a saturação da imagem. E a nossa história vai-se fazendo numa sucessão de milhares de imagens e o melhor de tudo é quando ninguém precisa de nos mandar sorrir.


O Sentido do Tempo, V

A natureza da luz. 
Quando a madrugada vem. 
Como quem acha na rua. 
Algo que pertenceu a alguém.
Esculturas de sombra. 
Na linha da praia, do mar.

Não pensaria no que perguntar.
À terra. À vida. Naquele momento
Estavamos os dois. Naquele lugar.
Podia parar o nosso vento. Ficar.
Naquele momento eramos só nós.

E nessa altura de franqueza
Falavamos do que estava por vir.
A minha família sabia de tudo.
E alguma coisa parecia explodir
Se quisessemos já viver o futuro.

O espaço cheio de minúsculos espaços.
As gentes entre milhares de passos e abraços.
Mas meu presente lúcido é uma paragem.
Onde espero, espero, e não vem ninguém.
Escolhi esperar por ti que és uma miragem.

Agora tornou-se real a minha condição.
A luz da tarde é cinzento-baça.
Estou a sós comigo. Neste novo lugar.
Ãmanhã é um outro dia, outra vez.
Não pensaria no que perguntar.
À noite. À vida. Neste momento.

Mas afinal a que horas o sol se levanta?
Para que parte do mundo, olhar?
Trocadilhos. Rabiscos. Desenhos.
Reticências. Um ponto final.
E, no entanto, quatro pontos.
Se calhar, a minha bússula.


Cherbourg, 17 de abril de 2017 

sábado, 1 de abril de 2017

Warmest Regards

Regards. Ainda um lado positivo. Na minha vida eu sou a personagem principal. Ontem, adormeci com esta ideia. De manhã, mantive essa atenção. Só por dizer que tudo isso é passado. Agora tenho um sinal em cima do aparador da sala, e duas garrafas de vinho, uma cesta de vime, e um gnomo feito de resina que hei-de pintar com as cores que gostaria que tivesse. Não me arrependo nada que esta casa francesa me hospede por mais uns dias e brindemos ao que está por vir.