terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Something to Remind You


Morfologia dos livros. Mémoires. Não importa em que língua ou com que dedos tocas. Quando começa é já sobre futuro. Mesmo de borracha na mão. Não se apaga porque é de chama e é de voz. Está escrito no pensamento como antecede as canções. Não se ouve porque é de dentro do silêncio. Porque as coisas se invertem e retornam sem que olhemos para trás. E mesmo que nada tenha um nome, lembras-te.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Canção de Engate


A aventura dos sentidos. Instantânea. Se estiveres em silêncio, a luz acende-te. Vê-se o poema a crescer em ti. Decoraste cada palavra. E danças ou queres dançar. É uma maré que nos leva. Eu danço. A mim levam-me certas canções. É o sangue rendido em artérias que nem sempre sinto. Um rasgo de loucura que aceito. O acontecimento descrito é sobre o poder (de vida) contido na música que a faz matéria. E sinto na pele dos braços a alegria dos instrumentos, tomando-me. 

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Esta noite teria sido bom regressar a Sassetti. Profundamente, para sentir a vida como feita de um corpo forte capaz de conter todos. Mas volto à minha língua portuguesa com mais palavras. E, desviando-me da terra inteira, por uns tempos, terei Portugal. Por cá, acho que está na moda a Bárbara Tinoco. Mas sou dona dos meus instintos. Em português preferiria tantos outros nomes que já não passam na rádio. Rejo-me pelos meus elementos. A voz masculina e o meu ouvido que nela se atrai. Talvez mais ainda a visão de um caminho nas tuas palmas. Ou uma coisa que também tivesse tamanho para os outros. E querer que toda a gente o sentisse. Como uma força estética que parece que mata. E repetir o mesmo mantra em grupo. Não importa que se esvazie essa ilusão com o tempo. Como talvez um rio a afogar-se de Sol de manhã. E tudo diferente depois, porque nada acaba nem nada permanece. Ou então, estar numa parte autónoma do mundo com mais acção do que as outras. Sem mensagens de caos e terrorismo, mas apenas mais amor por favor. Estou certa de que (em felicidade) tudo se funde. E, para recomeçar o ano (a escrever) tem de haver ainda uma certa mistura na mesa: as palavras são quase as mesmas mas, hoje, prefiro o Rubel para as partilhar.