segunda-feira, 15 de julho de 2013

Depeche Mode Alive

Foi Dave Gahan que sugeriu o título de uma revista de moda francesa para dar nome à banda porque antes, havia nele, ambições de estilista. Na noite de ontem aprimorado de blazer, mudou duas vezes de colete e, por meio de uma dança sensual, modeladora de um som só deles, especialmente, em Policy of Truth, soube desfilar a sua excelente forma física a par da boa condição vocal. 

Entre os temas revisitados Just Can’t Get Enough e Personal Jesus nos momentos mais altos, intercalando com o fôlego novo do “Delta Machine”, aos 51 anos, Dave cantou e encantou no seu papel de exímio performer de massas. Conduzindo o movimento dos fãs, incitados a repetir em uníssono o ritmo imposto pela música, em Enjoy the Silence o vocalista do trio britânico soube dirigir uma interacção memorável, testemunhada no recinto pelo panorama de braços elevados ao alto ondulando-se ao sabor da sua maestria. 

Via: Rui Coelho
Absolutamente imparável, despia o terceiro colete, procurando esgotar o público nas correrias aclamadas aos extremos do palco. As letras foram continuamente entoadas e a ginástica energética ajustada num efeito espelho. Talvez as 18 colunas suspensas não tenham sido suficientes para Heaven, porém, a expressão introdutória de Welcome to My World e Angel terão servido o propósito da digressão que trouxe a veterana banda a Portugal. Na segunda noite do Optimus Alive, houve ainda lugar para Walking in My Shoes desde o palco principal, momento aguardado das duas horas de concerto, com apelos amplamente correspondidos de uma audiência sempre cúmplice e entusiasmada.

Houve direito a uma Black Celebration vibrante mas esta máquina é composta de três vértices equidistantes (delta) com o devido espaço para a bateria de Christian Eigner em Question of Time. Como seria de esperar, Martin Gore provou os seus dotes vocais em Shake The Disease fazendo acompanhar-se pelo piano de Peter Gordeno, e, teve ainda maior oportunidade de fazer do palco Home em comunhão com o público, que o soube bem receber no início do encore. 

Em suma, uma bela representação da pop electrónica inglesa, perfeitamente cumprida que justificou a marcha de milhares ao Passeio Marítimo de Algés. 

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