segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Górecki

Few things are more interesting than realizing the contagion effect of arts through time. Especially concerning sensibility for music in its all forms. For example, one song inspired by another with different genders: a classical partiture degenerated into an electronic alternative song. Years gone by and the power of reinventing remains. Creativity is the master key to aim beyond the unachievable.



Górecki is the name of the polish 20th-century composer, that influenced Lamb with Symphony N.º 3 to create this love song. The particular strangeness of the dissonant style of the music made by Andy and Lou, contrasted by the strongness and clarity of its lyrics: «If I should die this very moment/ I wouldn't fear/ For I've never known completeness/ Like being here/ Wrapped in the warmth of you/ Loving every breath of you». One of the greatest songs I know, that was born of a composition based on maternal and brotherly love.  Art and love, closely linked in music. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Starry Starry Night

Vincent knew how to create human emotions with ink. Katsuhiko Maeda knows how to experiment music with different moods and instruments, as a large tree watching the world through its branches. Listening to him made me think: How can we have new perspectives by drawing (since childhood) one mouth and two eyes in the tree trunk? Maybe challenging ourselves to see the opposite. «Give away everything you know, and more will come back to you» Paul Arden said. Even though the sky is black, you would always choose where to land. 

Roger Tsikata @ RESTART, Lisboa 
(w/ Canon 5D Mark II)
It is a good night to watch the stars, I would say to Kelly. So try a different air.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Alice

Take 2. Once upon a time, there was Alice. That momentum wave. Away from Carrol’s pen. There was Alice among white and black depressible keys. Dressed like an imaginary dancer. It seems to me... someone... starring at the most beautiful thing in the world. And there’s no one else to see. Alice in a colour deprived land sounding like the seventh heaven. I can see this is special. Rainy days remain, as simple melodies reminding me that sometimes life can be a huge, wonderful and unique (lost) postcard. In the meantime, portraits to be done. (Shiuuu… vamos lá.)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Moonlight Sonata

Moonlight Sonata, as we know it, has a story so intense as the melody itself. In other words, the first part of the music reflects a kind of «lamentation», as a blind woman willing to see the moon. In fact, this comparison might be literally true. The masterpiece C# Minor Sonata (B.'s original title) may have been composed to allow another human being to understand (without eyes) how a moon looks like. Beethoven was going deaf and also conscious of the loss of that sense. Maybe that's why he found such a great purpose to compose this piece, inspired by someone who, as well, didn't have one of the five senses (sight). Or perhaps a mix of both painful reasons: his own hearing loss naturally tormenting him, and the challenge of a seemingly impossible task become feasible, meaning his chance to illustrate a condition of nature (and of the world, as the light of the moon or even the moon itself) only through music. Consolation of the night; in repeat. Surrender.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Epic

In every ordinary life, The sun breaks the morning and lifts up the day/ Such a wonderful sight/ Watch and anticipate the beginning/ Of a usual day.


Overthinking, Lisboa 
(c/ Panasonic DMC-G5)
Everything in its mysterious ways. Music flows. A big amount of energy between us. I tore myself to discover my light, and the compass within me whenever you speak. Your words are my words dominating the airwaves. I'm floating. And in a manner of speaking, I can't tell about my blood in an incomprehensible rush. Believing that my heart is out of scale, full, because too much love in it. Maybe along with the power of the strings. I feel it denser in consistency. Somewhere underneath all currents of the sea. Am I overthinking? Always trying too much to express the epic poem which is life. Just a usual day. 

Noctuary

By definition, it is a record of what passes in the night; a kind of nightly journal. Today, tonight, I'm starting something new. Believing (that in the beginning) it will turn out less poetic but (liking it or not) my thoughts will be written in English. That's right, putting myself already in the place of a global cosmopolitan. For now on, my name is White Glue and this trip is a sort of an internship. A personal challenge, I can tell. However, I live my passions, and I'll be eternally in love with the Portuguese Language. So: What song would match with this decision? Fado could be an appropriate choice but, since my first appearance in this blog, I've shown that mood drives music and not the opposite, so I promise to keep this idea for the upcoming posts. A man holding a big black balloon seems a great first paragraph to me. When things seem tough that's when you have to look for wings outside of your back.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A Vida Não Chega

Uma certeza de esperança com um cheirinho a café. Uma reflexão sobre alguém que se tem e muito se quis. 
Uma forma de evocar recordações, com saudade e fé. Uma maneira de espargir o sentido de ser e estar feliz. 
Uma voz muito viva que sabe falar do amor e de amar. Uma confissão de violinos entre um piano e essa espera.
Uma história como tantas que ninguém soube contar. Uma vontade muito grande de cantar que a vida não chega

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

This Time Tomorrow

Em querendo alimentar o espírito, um momento de embalar. Um regalo a gosto porque ontem o dia foi muito cheio. O negro invadira as ruas, todo o centro da cidade, os telejornais e o mundo. Mais a chuva, as escolas, uma de carro outra de metro debaixo de terra. Preparativos de uma explicação, telefonemas, e, claro, cartas enviadas instantaneamente por via da energia. Tudo junto enchera-me muito (o dia). Esquecida da pressa da luz em baixar-se atrás dos montes. Vigiando o android e menos as coisas mais naturais. Na verdade, eu já nem avisto o Sol; aquela bola forte montada num dos tapetes que o vento de Inverno transportara para Sul, seguindo os pássaros. De resto, tudo na mesma com o céu mais vazio. As bicicletas presas ao poste, ainda não pararam de pingar promessas de ferrugem. Às vezes, tenho receio de abrir a janela. Transbordam-me as manhãs para as tardes e as tardes para as noites, encavalitando-se todos os momentos. Como aquele escorrega com uma fila de interessados, atropelando-se na escada. Lá, onde o mar está calmo, numa certeza de filme. E pode ser que uma estrela se precipite para a madrugada. Assim, até me sinto melhor, porque o mistério do futuro não paira (essa expressão desbotou): eu seguro o fio de um balão de ar, e esse ar são quase certezas. Vou pensando baixinho no dia de amanhã e nas notas manuscritas na agenda. Um momento de embalar, um de cada vez, com tempo porque, afinal, o ano novo ainda nem fez oito dias. 


domingo, 5 de janeiro de 2014

The Pink Panther

Há panteras que englobam muitos animais. 

Pintas, Lisboa 
(c/ Panasonic DMC-G5)
Havia uma Pantera Negra que ganhava botas de ouro e eu ainda me lembro da Cor-de-Rosa.


sábado, 4 de janeiro de 2014

Black Tables

A pausa foi breve mas eu tinha que assinalar o vigésimo aniversário dos Sigur Rós. E não ficamos por aqui: 4 de Janeiro é uma data rica. No antanho também nascia Isaac Newton. Esquecendo a gravidade, devo dissertar sobre a Teoria das Cores, que dessa ideia nasceu o nome deste blogue. Newton há-de ter sido o primeiro humano criador de um arco-íris artificial. A sua experiência foi conseguida através de um prisma de vidro e de um raio de luz mas segundo publicou na Philosophical Transactions of the Royal Society of London: «a observação experimental do fenómeno inverso ao da dispersão das cores do espectro pelo prisma: a composição surpreendente e maravilhosa foi aquela da brancura. Não há nenhum tipo de raio que sozinho possa exibi-la. Ela é sempre composta... Frequentemente tenho observado que fazendo convergir todas as cores do prisma e sendo desse modo novamente misturadas como estavam na luz inteiramente e perfeitamente branca...». E depois desta homenagem, outra música, outras vidas. Não sei se o título lhe faz jus mas Black Tables fala de novas formas de ver. Ontem, no contexto de uma aula de Retrato, discutíamos a maneira como cada ser humano se evidencia na altura de um primeiro contacto. Por exemplo, através dos gestos ou da disposição para falar. Se uma pessoa preferir manter a sua privacidade falará menos de si; estará mais propensa a observar. Também sabemos que fugir com o olhar é, normalmente, sinónimo de não se querer dar a conhecer. Sou declaradamente fascinada por expressões faciais. Já outros contornos são mais difíceis de captar. Há muitos modos de representar que podemos fingir não reconhecer. O papel da psicologia é fundamental na troca de experiências, na criação de empatias e nas abordagens para conseguirmos chegar ao outro. De uma maneira ou de outra todos somos psicólogos à procura da melhor luz, mesmo no preto das mesas que absorve todos os raios e não reflecte nenhum. When the life in your eyes wants black/ Things return.

Pausa (Número Sete) para Publicidade

Como vender um planeta:


e se eu (só) quiser a música?

Losing My Religion

Em 1991, os R.E.M. editavam Losing My Religion aquando do seu sétimo albúm de estúdio Out of Time.  No final do ano passado, o Consequence of Sound desenvolveu um artigo contextualizando esta canção para além de um mero lapso de fé [algo ironizado no seu videoclipe oficial] que resultara em mais um clássico obsessivo da pop. É verdade que o desembaraço da malha musical, oferece um estado mais cru e quase visceral, mas não será sempre assim? O isolamento dos vocais, antes da edição, ser detentor de uma força extraordinária que, apesar de mais estrutural, pode pecar pela ausência da colagem da outra parte. Dá-se muito mais atenção à vulnerabilidade da música enquanto ouvimos só o texto, e ainda mais quando perante a exposição dissociada do cantor. Talvez a dimensão de um texto ouvido seja outra, porque na leitura a entoação e o ritmo são regidos pelo leitor. O ouvinte recebe o produto feito. Não vejo grandes diferenças entre isto e a fotografia que a Annie Leibovitz tirou a John Lennon no dia da sua morte. Ambos aparecem despidos, cada um à sua maneira. Michael Stipe faz hoje 54 anos. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

For You

I Never Knew There Was A Word For It, de Adam de Boinod é uma aquisição recente aonde gosto de ir retomar o fôlego, porém, continuam a existir palavras por inventar em todos os idiomas. As lacunas aparecem mais pronunciadas em relação a certos sentimentos que experienciamos mas não sabemos dizer; e às tonalidades que queremos identificar sem aceder aos valores percentuais das misturas. Eu sei que parece complicado mas é bem simples. Tão simples quanto a amplitude daquela palavra que começa por «A» e que tem a inicial do meu primeiro nome, depois a outra do meu apelido e que termina com a inicial do teu nome. No início, gostávamos de brincar, inconscientes das correntes acródromas do sangue, atribuindo culpas a cores que víamos distintas pelos limites do nosso género. E eu que até acreditava que a inspiração provinha de um poço negro, agora penso que, quando muito, talvez possa por vezes espargir da saudade. A saudade às vezes rasga. Mas o verbo acompanha-me quando abraço as trinta e cinco alegrias e meia, e comigo a emoção ganha estes campeonatos ao lado da razão. Quando é a sério, mas mesmo a sério, é quando nos apercebemos de que, afinal, aprendêramos a gostar do que antes era cinza-baço; e provavelmente nada em nós mudou mas repentinamente tudo cintila. Here I go, I´ll tell you what you already know/ If you love me with all of your heart/ If you love me I'll make you a star in my universe.

Chicago

Reinício de (re)contagem decrescente: três meses. A habituação contribuiu decisivamente para me permitir triunfar na arte de esperar. Isso e outros gestos de tolerância. Por exemplo, compreender que cada pessoa tem os seus próprios tempos, e a sua maneira particular de realizar tarefas. E, contrariamente à minha gestão das rotinas diárias mais simples, aprendi a conviver com a torneira aberta continuamente durante o duche, toalhas molhadas em cima da cama, adiar preparar malas para a última hora e muitas maneiras (diferentes da minha) de conviver com uma certa «desorganização organizada». Eu escolhi aceitar que cada criatura tem o direito de decidir como fazer a sua vida, desde as tarefas mais básicas. E optei por aprender a respeitar os outros nas nossas diferenças, precisamente por todos sermos seres únicos. Mas nem sempre fui assim. Eu vivia na minha marcha apressada sem tempo nenhum e (do alto da minha altivez arrogante) convencida que sabia muito da vida. Em pedindo aos outros para mudar fui coleccionando discussões e não ganhei muito além disso. I made a lot of mistakes. Depois aprendi que era eu quem estava errada. E mudei. Agora pouca coisa me tira do sério e tenho tempo para tudo. E de cada vez que (o tempo) me parece insuficiente descubro que escolhi distribuí-lo por prioridades mal medidas. E de cada vez que me vejo começar a enfurecer mudo a escala (vejo a perspectiva a cinco anos) e a importância do acontecimento torna-se diminuta. Mas tudo isto tornou-se possível com doses de humildade que me nasceram de algibeiras que não sabia que tinha. Ah, e como eu concordo com essa velha frase sábia de Mandela!: «o verdadeiro amor só se obtém do perdão». Não é que se viva para levar porrada e aprender com isso mas, às vezes, esperar é duro. Eu sei que acabaste de chegar mas o que importa é que com o fuso de seis horas, aqui, já falta menos um dia. 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

I'm a Dreamer

Não sei se o timbre de Josephine, se o piano, se a harmónica mas algo [ou muito do que se ouve] ressoa a mais. Mais bonito. Mais ensolarado. Mais inteiro. Não quero falar em magia, porque magia e feitiçaria [se as houver] andam a par, e por aqui tudo é contrário de sortilégio. O título da faixa é sugestivo para sair, ficando. Sonhar, em permanecendo, vestindo a canção. Eu - manifestamente a favor da colocação de palavras nas mais díspares metafísicas -, não sei se escolho os marcadores mais acertados para pintar estes desenhos. Não é fácil ilustrar uma canção a uma audiência. Ou melhor, traduzir o que se sente particularmente. Cada um tem de sonhar per se, aceitando que cada palavra tem um sabor único, cada frase um conjunto de paladares próprios, cada texto um poder singular de ser experienciado. Quando acedemos ao panorama sonoro, outros sentidos têm de tornar-se mais apurados; a distinção degustativa é semelhante. Por exemplo, se eu quiser fotografar uma canção tenho de tentar apanhá-la através de um olhar cativado, de um sorriso, porque a melhor forma de a definir será através das emoções mundanas, intraduzíveis: folk não é bem música folclórica, é folk

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

New Year

Ainda de cordão umbilical fresco e por cicatrizar, nasceu o ano de dois mil e catorze. E, com ele, a recontagem dos dias. Dá-me vontade de sorrir esta ideia de que a sociedade se alimenta (sem questionar) de todas imposições calendarizadas e de datas e horas e fins-de-semana pré-agendados. Ficções sociais, como um dia alguém disse. Pouco importa se Domingo nos sentimos mais produtivos e com disposição extraordinária para trabalhar; porquanto o expediente dita a mecânica a cumprir. Mas por muito tempo que haja por vir, embotará alguma vez este conceito de situar as coisas? Coordená-las temporalmente. Esta ideia de agrupamento impositivo: fileiras semanais para os dias se sentarem nos devidos lugares marcados, como se o tempo fosse coisa de ir ao cinema. Mas é chamar-lhe Janeiro, dizer quarta-feira e já agora fechem-se as repartições, o comércio tradicional e os outros serviços que hoje é dia de descanso. Por isso a ti, Ó Primeiro, toma um pacote XXL e aproveita bem o milho porque um dia não são dias. Aposto que, no que diz respeito a estas «demandas» (como ditara Kennedy que «consumidores somos todos nós») o ano que vem será com certeza igual a este. A partir de certa altura os pés deixam de crescer-nos e passamos a calçar sempre o mesmo número. Pouca coisa se altera. E do impensável não se discute. Nascemos habituados à sapiência ancestral e às tradições. As décadas vão sucedendo-se e aclarando alguma evolução e nem eu já dedilho as capas dos vinis; eu até sou da geração dos CD e eu até fui reticente em abandonar a colecção em prol da busca virtual e dos lyrics fora dos livrinhos quadrangulares. Gosto muito deste efeito boomerang, extremamente rápido, de escolher e receber músicas via web, partilhá-las e surpreender-me que são recebidas por um público muito distante daqui. E eu agora já não quero outra coisa. Eu agora até acredito que a intenção dos Beach House foi que de trezentos e sessenta e cinco em trezentos e sessenta e cinco dias pintalgássemos as redes com esta música porque, diga eu o que quiser, o que é certo é que o ano é novo e vem a calhar ouvir New Year.