sexta-feira, 26 de julho de 2019

Gota


De repente a gente pode comer um bolinho de chuva. 'tá chovendo tanto lá fora. Bom... Cê que sabe. E eu sou feliz por saber que usam a língua portuguesa no Brasil. Acho que quase toda a gente, com sensibilidade para estes temas, entende que a sonoridade em brasileiro é um outro patamar de entendimento. É mais suave e informal e tem brinquedos que as crianças usam como palavras e a língua não envelhece. É como falar com música por trás sem usar instrumentos. Mas isto também funciona noutros idiomas, com outras pessoas que usam a língua com musicalidade, como o Jeremy Irons a ler poesia

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Swing



Uma palavra escrita é uma palavra não dita
É uma palavra maldita, é uma palavra gravada
Como gravata que é uma palavra gaiata
Como goiaba que é uma palavra gostosa
Como gravata como goiaba 
Muito gostosa, 
Uma palavra
Swing

domingo, 14 de julho de 2019

Wings


I'm in a foreign state. My thoughts they slip away. My words are leaving me. They caught an aeroplane. Aqui também há uma casa, sei disso. Lá fora the sheep. Soa melhor que dizer ovelhas. Mas digo que há camelos sem peso: de resto, praticamente só areia lá fora. E eu não sei se vou embora, se me hei-de demorar. Às vezes, apetece ir no mesmo dia em que me apetece ficar. Se ao menos não tivesse de escolher o bem futuro. Ou fosse simplesmente descolar estes pés do chão. If these wings could fly.

terça-feira, 9 de julho de 2019

What I've Done


What I have done. O olhar mais incrível elevando-se até mim. O público. Foi lá que nos pegamos, foi lá a alegria de ter sido. Um cair de noite. E dois barcos seguiam para o mar. Não sou peixe para gostar tanto disto assim. Remando lado a lado. Não sei exactamente se era Novembro, mas o céu estava roxo. Quando nos pegamos nas mãos. Os relâmpagos de uma tempestade roxa. Se calhar era disto que o Prince falava. De qualquer maneira, a chuva nunca chegou àquela margem. Era o prenúncio de maus tempos para as águas do rio arrastarem mais para a frente.

sábado, 6 de julho de 2019

Shape of My Heart


Jogar a dama de ouros, a rainha de copas, ou nenhuma mulher. E sou eu a ganhar-te em cada mão. Cada palavra que se cola na mesa. E é um toque arriscado. Um ensaio do tempo. No terror de pensar o futuro. Porque se pode perder lá na frente. Bato nas teclas ou no vidro (que já não se usam teclas) mas... é ainda com dedos que escrevemos. E a tua pele sem suspeitar do que subsistirá depois da catástrofe, do caos da natureza humana. É preciso um bote de salvação. Incendiar mais. Procurar a geometria da manhã, desse abrigo que ninguém vê. Mi Corazón. Sem forma. Sem nome, mas teu.

Happiness Does Not Wait



Se esperar ela assim não vem. Mas quando a vou buscar, posso estender-lhe a mão, como se a convidasse para dançar, coerente com o respeito que lhe devo. A Felicidade é anterior a tudo, é de onde vimos antes de nascer. Depois, apareces tu, contemporaneamente. Num destino sem destino. E sou feliz ao ponto de explodir com as minhas vitórias, com o coração a bater vivo vivo. Depois é preciso pensar em outra coisa perfeita para lutar por. E para depois, enfim, ter outro dia igual a hoje.