sábado, 4 de janeiro de 2014

Losing My Religion

Em 1991, os R.E.M. editavam Losing My Religion aquando do seu sétimo albúm de estúdio Out of Time.  No final do ano passado, o Consequence of Sound desenvolveu um artigo contextualizando esta canção para além de um mero lapso de fé [algo ironizado no seu videoclipe oficial] que resultara em mais um clássico obsessivo da pop. É verdade que o desembaraço da malha musical, oferece um estado mais cru e quase visceral, mas não será sempre assim? O isolamento dos vocais, antes da edição, ser detentor de uma força extraordinária que, apesar de mais estrutural, pode pecar pela ausência da colagem da outra parte. Dá-se muito mais atenção à vulnerabilidade da música enquanto ouvimos só o texto, e ainda mais quando perante a exposição dissociada do cantor. Talvez a dimensão de um texto ouvido seja outra, porque na leitura a entoação e o ritmo são regidos pelo leitor. O ouvinte recebe o produto feito. Não vejo grandes diferenças entre isto e a fotografia que a Annie Leibovitz tirou a John Lennon no dia da sua morte. Ambos aparecem despidos, cada um à sua maneira. Michael Stipe faz hoje 54 anos.