sábado, 4 de janeiro de 2014

Black Tables

A pausa foi breve mas eu tinha que assinalar o vigésimo aniversário dos Sigur Rós. E não ficamos por aqui: 4 de Janeiro é uma data rica. No antanho também nascia Isaac Newton. Esquecendo a gravidade, devo dissertar sobre a Teoria das Cores, que dessa ideia nasceu o nome deste blogue. Newton há-de ter sido o primeiro humano criador de um arco-íris artificial. A sua experiência foi conseguida através de um prisma de vidro e de um raio de luz mas segundo publicou na Philosophical Transactions of the Royal Society of London: «a observação experimental do fenómeno inverso ao da dispersão das cores do espectro pelo prisma: a composição surpreendente e maravilhosa foi aquela da brancura. Não há nenhum tipo de raio que sozinho possa exibi-la. Ela é sempre composta... Frequentemente tenho observado que fazendo convergir todas as cores do prisma e sendo desse modo novamente misturadas como estavam na luz inteiramente e perfeitamente branca...». E depois desta homenagem, outra música, outras vidas. Não sei se o título lhe faz jus mas Black Tables fala de novas formas de ver. Ontem, no contexto de uma aula de Retrato, discutíamos a maneira como cada ser humano se evidencia na altura de um primeiro contacto. Por exemplo, através dos gestos ou da disposição para falar. Se uma pessoa preferir manter a sua privacidade falará menos de si; estará mais propensa a observar. Também sabemos que fugir com o olhar é, normalmente, sinónimo de não se querer dar a conhecer. Sou declaradamente fascinada por expressões faciais. Já outros contornos são mais difíceis de captar. Há muitos modos de representar que podemos fingir não reconhecer. O papel da psicologia é fundamental na troca de experiências, na criação de empatias e nas abordagens para conseguirmos chegar ao outro. De uma maneira ou de outra todos somos psicólogos à procura da melhor luz, mesmo no preto das mesas que absorve todos os raios e não reflecte nenhum. When the life in your eyes wants black/ Things return.