segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

No Fim Tudo Está Bem

E então, tudo está bem. Num ritmo de peão marchando pela sua vez. Em breve a aresta do quadrado hospedeiro. Essa recta esperta do fim do mar. E mais um número a chegar pelas patas dianteiras agarrando-se ao tabuleiro. Que maravilha, tudo no lugar. Os lençóis brunidos cheirando a lavado. As compotas fechadas nos frascos. Meio planeta dentro do mundo inteiro. Os cubos de gelo, as garrafas, as flute, a energia por gastar. E tudo perdura. O chã quente ainda ocupando a travessa. Segredos e sabores mantendo-se secretos. Palavras ousadas com pressa de se dizerem. Uma flor demasiado madura no centro da mesa. Tudo decorrido. Tudo polido. Tudo arrumado. Até o vestido. Falta a hora de colocar o fato e apertar a gravata. Esquinas empuxadas, curvas em tons prata. Ergue-se do mar um farol que ferve. Como tudo deve. E tudo está como está sempre. É a magia das chamas que anunciam Janeiro. Agarram-se doze peças desenvoltamente seguindo em frente. Só falta uma noite para o ano velho acabar. As ruas vão encher-se de gente. No fim está tudo bem./ Haja quem possa contar.