sábado, 28 de dezembro de 2013

This Mess We're In

Quase catorze anos passados desde a edição desta faixa com o álbum Stories From the City, Stories From the SeaPolly Jean e Thom Yorke, brincavam com helicópteros. E porque as cidades (e também o mar) contêm inúmeras histórias, esta é uma melancólica procura da perfeição. Ficaram os barquinhos alinhados na água e as árvores perpendicular e ligeiramente longe da costa, escrevendo-as. Enquanto isso, «The city sunset over me.» (E o que dizer entre aspas voltadas ao contrário, com tempos invertidos?, acrescentem-se os parênteses enquanto penso.) «You look me/ In the eye directly.» Olhas para mim, directamente nos olhos. Falas de outras cidades como porto de futuro. Olhas-me nos olhos e sinto que a minha vontade pesa. Tu dizes que pesa e eu sei que a confusão é nossa. Ainda ontem fomos ver a cidade em lego. Gostaste tanto da manchinha de espuma feita com pequenas peças transparentes. Mas as cidades não estão numa vitrina de passagem, estão cimentadas e empedernidas a distâncias por escolher. Quando eu era pequenina, o meu pai (muito muito alto) levava-me pela mão e eu era um peso oblíquo. Parecia que andava meio a voar. Não levitava como os «objectos» que a Natsumi Hayashi utiliza, porém, era um caminhar bizarro, só um dos pés assentava no passeio, o outro dançava numa espécie de ponta num jeito mal equilibrado. Depois eu cresci e tu também cresceste e o caminho agora faz-se (às vezes sobre o chão) a quatro pés, juntos.