segunda-feira, 17 de junho de 2013

Da Islândia com Amor

Foi a Björk que me levou à Islândia. Foi através dela que descobri os Sigur Rós, depois as Amiina, os GusGus, os Múm, os Seabear, os projectos a solo do Jónsi, da Sóley, da Emilíana Torrini, entre outros. Acompanho estes talentos há muitos anos e nunca me desiludiram. 

Gosto de revisitar a Emiliana numa das mais felizes faixas que conheço para traduzir e endereçar o “estar-se feliz”, o que ali acontece e convence entre borboletas, sorrisos, dança, e muita alegria, contagiando e inspirando outros (assim):



Mais exemplos do que não deve passar despercebido: a ousadia dos GusGus em Dominique que, apesar de pertencer a um álbum de 1999, bem poderia ser uma versão mais cristalina e adaptada aos tempos modernos do I am what I am da Gloria Gaynor. O absolutamente emotivo Fjarskanistan das Amiina onde os xilofones ditam o compasso da vaga balada de fundo, também a mesma banda em Over and Again numa espécie de brincadeira de meninas onde as vozes se misturam num cenário igualmente etéreo. Ou ainda no mesmo registo, os Múm com o mítico Green Grass of Tunnel:


que descobri na banda sonora do "Screaming Masterpiece", um documentário de 2005 sobre a música popular islandesa, a par da faixa mais arriscada em termos de movimento We have a Map of the Piano que também merece uma nota, transportando-nos para uma janela de comboio onde as paisagens se sucedem e, simultanemante, embalam fazendo-nos fechar os olhos e imaginar. Mais recentemente, os Of Monsters and Men vieram provar que a terra contínua fértil e capaz de produzir do gelo bandas de inquestionável qualidade. 



A música já de si um fenómeno potencialmente enebriante tem pela área da Islândia uma dimensão paralela ainda mais elevada, quase mística. Outro exemplo são certamente as composições impressionistas de Jóhann Jóhannsson. É invariável a aproximação filosófica no entoar dos ritmos islandeses. Na maioria destes projectos pode reconhecer-se com frequência o recurso a um grande número de instrumentos. Existe a combinação da orquestra clássica com a música electrónica e o resultado é uma esplendorosa surpresa minimalista traduzida através de tecido musical. 

São bandas delicadas mas, coloco na linha da frente os Sigur Rós porque inventaram inclusivé um dialecto próprio "Volenska" para exprimir a linguagem dos sentimentos no álbum “()”. A dificuldade é escolher uma só faixa destes senhores porque trago-as todas na algibeira das minhas preferências. A fechar, fica o belíssimo Tornado do Jónsi porque representa explosão, crescimento e revolução humana como só o Amor pode. Se tudo isto não é suficiente para colocar Reykjavík na lista das capitais a não perder, pode também levar-se a ideia de encontrar algumas das mais belas paisagens do planeta. E eu hei-de lá ir um dia pôr as mãos naquela terra fria para desenterrar varinhas de condão. 

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