quinta-feira, 15 de agosto de 2013

E d w a r d S h a r p e a n d t h e M a g n e t i c Z e r o s

Ladies and gentlemen... from Los Angeles, California: The




Desta vez "As Portas" que aqui se abrem são outras. Em vez do Rock dos 60´s emerge um Indie exuberante com ecos psicadélicos. Edward Sharpe é um messias que o cantautor Alexander Ebert criou como personagem principal de uma estória com mais uma dezena de elementos, e os zeros magnéticos são missangas coloridas que vêm cercar o público nas correntes criadas pela música que produzem. O Sol brilha e a luz da esperança surge reflectida em formato musical através de rios que fluem em frente e preces entoadas nas letras. Há também corações e abraços. Há liberdade e, às vezes, a chuva também toca porque no seio do deserto quente antevê-se um grande arco-íris.

Em 2009 é editado “Up from Below” e, com ele, o muito aclamado Home onde encontramos semelhanças com os Of Monsters And Men, The Polyphonic Spree, entre outros. O assobio e a correnteza da música levam-nos a uma bosque mágico entre diálogos de alegria, é o caminho feliz do regresso a casa. O refrão sumariza um post anterior no momento em que ouvimos que “Home is whenever I'm with you”. Desert Song também saiu destacada neste álbum. Um óasis na paisagem sonora que se adivinha vasta. Há um bonito momento acústico em Brother, um ambiente ainda mais hippie em Jade, e um despertar revigorante em 40 Day Dream. Nada mau para começar.

Em 2011 sai “Alexander”, álbum a solo de referência obrigatória onde Alex encontra a verdade (Truth) - possivelmente, sob a influência dos Jefferson Airplane em Somebody to Love -, e a paz na faixa Glimpses, uma espécie de pico épico, misto de um Imagine moderno com Falling de Angelo Badalamenti e David Lynch (Twin Peaks):


Segue-se “Here” em 2012. Man on Fire principia com um coro ainda no meio do deserto e convida a dançar entre os múltiplos instrumentos que vão crescendo ao longo da faixa. Manteve-se ali o espírito nómada desta banda que, sem querer passar despercebida, segue de carruagem ao longo da rua com toda a parafernália de instrumentos e músicos. Dear Believer inspira um optimista futuro, desde que a sorte cumpra o seu papel de sorrir aos sonhadores: “Paradise, has its hunter/ Call me blind, call me fool/ I don't mind chasing thunder/ I say reaching for Heaven is what I'm on Earth to do”.

O último álbum da banda (self-titled) saiu no mês passado. E, após várias actuações ao vivo no Late Night with David Letterman, há duas semanas interpretaram uma das novas músicas que tem por título o que, com mais ou menos ironia, muito se ouve em todo o lado mas que pela voz de Alex e Jade Castrinos não parece encontrar sentido: Life is hard.


Mas afinal de que vida nos vêm falar? Eles esclarecem sempre com a verdade: This Life. Os Edward Sharpe and the Magnetic Zeros desfilam ao ritmo de uma galáxia policromática que coexiste com a Terra. Vale a pena ouvi-los transcender os dois mundos. Please press play to repeat and close the doors.