sábado, 2 de novembro de 2013

What's In It For?

Dizem que para apreciarmos a felicidade (e o que é isso senão cada novo dia?) temos de conhecer alguma da agudez da alma, ou o seu lado escuro. Não sei se me quede perante esta, entre outras noções, ou, se corra pela vida abraçando cada instante - sem, contudo, me deter na catarse. Sou também capaz disso, de voltar atrás, querendo. Mas há esta velha mania de virar a cabeça para cima, como se no céu houvesse um lugar de respostas, onde o passado esticasse a mão ao futuro ditando o presente. Porém, nada é constante. As nuvens escrevem lá em cima sem um único ponto. Volto a olhar em frente, na direcção que eu fiz. Ainda tenho aqueles passos que antevejo mas ao fundo, lá longe, numa espécie de vidro despolido há-de estar o limite do meu sentido, afastando-se, para me deixar passar. E o vértice de uma seta não alcançável, no seu movimento uniformemente acelerado mas no plano horizontal, a menos de um metro da estrada, onde as pernas caminham. E o ar sem atrito, porque o que está por vir já ganhou o seu espaço muito mais à frente. Mas lembro-me bem de pensar o contrário. Cenários de juventude. Com aquelas cores fresquíssimas. Cantos arredondados com tempo de angularem, horas para mergulhar num sonho em crescendo. Hoje sei que lá à frente a película das memórias se compromete. Sei que nada é absoluto. Se eu quiser, posso fazer o pino para mudar a minha perspectiva. Depende das estrelas que eu tiver para assentar os meus pés. What's in it for me?

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