quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Natural

Olhei para ver e encontrei a minha cara no fundo da caneca. Isto foi anteontem porque hoje a minha cara luzia no mar azul. Podia beber de um trago o desenho do copo. Azul. Falou-se do mar morto mas o mar que me espelhava estava vivo, tão vivo, como um recém-nascido. Fresco, acabado de sair da porta que separa as coisas do passado das do futuro. O azul de agora mesmo. Tão presente como é, no máximo, o dia de amanhã.