sábado, 14 de setembro de 2013

Piny Orchidaceae

Fazer uma coreografia em plena rua não é para todos. Há-de vir de uma vontade maior de sentir a música com o corpo, ou de exprimir essa vontade de se ser dessa maneira. Trata-se de libertar a alma no exterior da pele em movimentos que exprimem aquilo que se é. E há pessoas que têm música dentro de si. Nestas alturas de actuação, naturais como para outros será caminhar ou correr, consegue mesmo ver-se a música desapegando-se de dentro do corpo, segundo a segundo, ao passo dos movimentos interpretados


Piny actuou esta semana como convidada especial num espectáculo de danças étnicas Alf Leyla wa Leyla a cargo das Mahtab, um grupo dedicado à Belly Dance que conta com uma dezena de bailarinas. Apesar de todas partilharem o palco, esta dançarina primou pela singularidade, numa interpretação distante da lenda das mil e uma noites, onde encarnou uma criatura animalesca ao som vibrante do dubstep dos The Others (Caspa & Rusko). 

Contorcendo-se como um animal fez do palco um continente de fusão tribal, no grande momento da noite, ao som de Afrika. Para quem não viu ficam os ingredientes disponíveis: uma fotografia e a música. Resta deixar apurar com uma pitada de imaginação.