quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Ana Lee

I love tea. In the literal and practical sense of it. Some things don't change. And we grow remaining little. Friends and fools in love. And we do not grow but we care for each other. Other things are changing. Maybe we are growing. We don't need to be alike. We respect each other. My eyes seeing the joy growing. I start to convert to the orthographic agreement. I like more and more the surrealist poetry. I am in favor of Reininho lyrics, untranslatable, filled with rhythm. And I feel like dancing.


Eu bebi, sem cerimónia o chá
à sombra uma banheira decorada,
num lago de djamboo

E dormi, como uma pedra que mata
senti as nossas vidas separadas,
aquário de ostras cru

Ana Lee, Ana Lee
meu lótus azul,
ópio do povo,
jaguar perfumado,
tigre de papel

Ana Lee, Ana Lee
no lótus azul,
nada de novo
poente queimado,
triângulo dourado.

Se ela se põe de vestidinha,
parece logo uma princezinha,
num trono de jasmim.

E ao ver-me,
embora em verde tónico,
no país onde fumam as cigarras,
deixei-a a sonhar por mim.

Ana Lee
meu lótus azul
ópio do povo
jaguar perfumado,
tigre de papel

Ana Lee, Ana Lee
no lotús azul
nada de novo
poente deitado 
triângulo molhado

Ana Lee, Ana Lee
meu lótus azul
ópio do povo
jaguar perfumado 
tigre de papel 

Ana Lee, Ana Lee
no lótus azul,
nada de novo
poente queimado,
triângulo dourado.

São unhas que gravam
as unhas que cravam
da pele em mim
são mãos que levantam 
são arroz xau-xau

| Pt |

Adoro chá. No sentido literal e prático. Pois certas coisas não mudam. E crescemos sendo pequeninos. Amigos e loucos no amor. E não crescemos mas cuidamos muito. Outras coisas vão mudando. Se calhar, crescemos. Não precisamos de ser iguais. Respeitamo-nos. O meu olhar vai vendo uma alegria em crescendo. Começo a converter-me ao acordo ortográfico. Gosto cada vez mais da poesia surrealista. Fico em defesa das letras do Reininho, intraduzíveis, cheias de ritmo. E apetece-me tanto dançar.