domingo, 29 de setembro de 2013

Summertime (Missing You Already)

«Sempre que me falam de palavras e influências rio-me um pouco por dentro: quem ajudou de facto a amadurecer o meu trabalho foram os músicos.»

António Lobo Antunes


sábado, 28 de setembro de 2013

Pausa (Número Dois) para Publicidade

Como vender um chocolate:





e se eu (só) quiser a música?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Outono

Agora que finalmente ando mais dedicada às letras, apetece-me (e atrevo-me a) declarar que o mês de outubro é um «outono ao rubro». E, hoje só por ser outono vou explicar matematicamente esta minha teoria: «outubro = (outono + rubro) = (out + ono + r + ubro) = (outubro + onor)». Sobra esta palavra: «onor» mas inche-se o «o» porque Onor é nome de rio. A situação é que a água agita as letras e como o «n» é melhor nadador passa a liderar a palavra: «nOor»; entretanto, o «r» cansado do lugar à rectaguarda inverte o movimento para ficar na dianteira: «roOn»; e, apanhando-o de costas, alguém dá uma pancadinha na cabeça do «O». Ninguém viu mas, em jeito de versalete, passou o «roOn» a ser «roon». Avizinha-se o mês de outubro e eu até já consigo ouvir esta maneira que os gatos têm de falar sobre afectos. Nisto, deixei o rio para trás porque os gatos têm medo de água fria. Fico com o outono e com eles: é que há sempre espaço no colo quando o frio começa a vir.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pausa (Número Um) para Publicidade

Como vender um par de calças:



e se eu (só) quiser a música?

terça-feira, 24 de setembro de 2013

All My Little Words

Todas as minhas pequenas palavras nem sempre são simples ou fáceis. As minhas pequenas palavras adensam-se, enrebanham-se, mascaram-se. Às vezes, muitas vezes, tenho de as procurar porque me fogem e se escondem. As minhas pequenas palavras encostam-se, escolhem-se, e confundem-se nos textos. Quero ler as coisas que escrevo e elas desobedecem-me, saem das filas, permutam-se. Porque as minhas pequenas palavras querem dizer as suas próprias coisas. As minhas pequenas palavras têm vida e afirmam-se assim. Com elas os textos deixam de ser meus e passam a ser delas, ou como elas gostam de dizer: os meus textos nunca são meus porque são sempre delas. As minhas pequenas palavras enfileiram-se da ordem que ousam preferir e as coisas que se lêem são ditadas sem mim. As minhas pequenas palavras orientam-se no mundo hodierno, à sua maneira, entendem-se, ajudam-se, partilham-se. As minhas pequenas palavras têm um espaço enorme para crescerem. E eu deixo as minhas pequenas palavras serem o que querem dizer. Acontece-me e não nego que me aconteça. Mas de todas as minhas pequenas palavras não tenho nenhuma.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Annabel

Durante dois minutos e cinquenta segundos ouvimos a Natureza, só depois se adentram os instrumentos e a inconfundível presença vocal de Alison Goldfrapp. Annabel foi retirado do último álbum dos Goldfrapp, de seu título Tales of Us, editado no início do mês. Não fugindo ao registo habitual da banda, nesta faixa, por volta dos cinco minutos e meio, Alison estende a sua voz entre sussuros e a melodia ganha uma textura ainda mais fresca, permeável à brisa, capaz de nos embalar. Um belo momento plácido para dizer adeus ao verão e inaugurar o outono.