segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O Labirinto da Saudade

 


Lugar de origem. E éramos para sempre uma forma breve de ser. Na urgência do movimento. Coisas a que nem poderíamos assistir. Porque o tempo passava depressa. Levando essas palavras nos lábios. Arriscando tudo. Sem olhar para trás. E valia muito a pena querer mais. Acrescentar. Mesmo que de forma fugaz. Depois, recomeçar. 


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

9 Crimes

 

It's a small crime. Acontece. Há um eterno despertar de tudo. O amor é um embate, uma súbita vertigem. Não cuidas e ausenta-se. Restando pouca luz na margem do mistério. E uma vida normal, regular sem pressa na respiração. Uma forma aveludada de textura mas muito familiar, tanto que já despojada de amor. E assim acordas. Sabendo que não renovas os mesmos sonhos felizes. Morres 9 vezes para nascer a seguir. E, com esperança, contas outra e outra vez.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Story of My Life


Flutuo. Diria novamente. Lembrava-me da Anaïs Nin e da Lana del Rey. Lembrava-te delas. Ou lembrava-me eu de ti. Hoje é feríado. E, a esta hora, não podemos andar lá fora. Tenho vontade de começar a escrever como se amanhã também fosse feríado e eu aqui com as palavras. Eu aqui, mais comigo. Na engrenagem de me deixar levar apenas o punho. Arrancar como mulher que escreve, sem outros deveres no mundo. Written in these walls are the stories that I can't explain.

domingo, 29 de novembro de 2020

Jerusalema

 


África. Corpos que se entrelaçam com a música, como amantes. Ondula, continente quente, aí debaixo. Remexe em alegria. A dança levando os passos a darem passos. É tudo transformação. Aquilo. O oráculo a dizer com certeza: «Abre o coração, que o mundo inteiro está a ver». E é tudo beleza. Esperança. E o planeta é o chão de todos os lugares, de todos os passos de dança. Ngilondoloze. (Salve-me.) 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Eu Não Sei Quem Te Perdeu


2007 ou 8. A vida num momento em gestos nunca iguais. Tu, bem próximo da minha pele. Bonecos de porcelana, bem frágeis éramos. As comportas da música, dos livros. As compotas de hoje nas pinturas abstratas. O doce equilíbrio, o primado. Pensar na palavra: poltrona. Trono. E em rainhas que ceifam os sonhos dos outros. Em mim, a correspondência dos teus músculos. Outra forma de amor nesse caminho de tantos anos. E eu não sei quem te perdeu.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Lonely Planet

 


E não podes mudar o mundo. O mundo que está mais vazio sem o Q. Ontem ainda o tinha, mas depois mudou o dia. Aonde vais, com os teus ossos? Já não ias. Era o erro das contas da idade. E não podes mudar o mundo. Nem passar a vida à procura da vida. A Amália vivia de vida perdida. Outros cantam outro destino. E de repente mudam o seu olhar sobre tudo. O planeta mantém-se sozinho. And if you can´t change yourself, then change your world.