Em querendo a metáfora do tempo: um bambi. Mas segundo as regras de composição: não fazer crop às extremidades. Mesmo que não me queira lembrar eu sei que devo fazer assim e assim. Fazer assim (em regra). Eu sei o que vou aprendendo, depois vejo acasos de mestria que não seguem regra nenhuma. Como a alvorada, e tantos exemplos de exercício humano reconhecido. Nunca gostei de imposições e por causa disso o meu amor às palavras e o meu desapego aos números. Às vezes ainda acho que me formataram o raciocínio e eu era capaz de atravessar a galáxia contar todas as estrelas para a seguir dizer: desculpa, mas não acho mesmo nada importante esta sabedoria finita. Há tantas delícias que me fazem o dia. Por exemplo, a forma tremenda dos animais olharem para os nossos olhos, e a luz a incidir sobre certas horas. E se as nuvens não se afastarem, então, que chova, até acho um final de tarde bonito, ficar a pensar que bom estar a chegar a casa. Importa-me que cada um grite aquilo que espera da vida. É a gritar de punho cerrado que sabemos o que queremos. É nos gritos que nos vemos como somos. E é no tempo que gastamos a viver que escolhemos o que queremos ser. Pouca-regra-pouca-regra-pouca-regra (o comboio dos sonhadores segue com um «guê» em vez de um «tê»). O tempo é o nosso lastro. Podemos desperdiçá-lo a reviver o passado, ocupá-lo tal-qualmente ou usá-lo a planear o futuro. Eu sei que quando escrevo tenho a voz muito mais doce. Se calhar grito em tom de assobio porque me sinto feliz. Mas assim sou eu, aqui, agora, neste instante, espelhada nas palavras, nesta pausa em que o cervo me viu.
Bambi, Lisboa (c/ Panasonic DMC-G5) |
(...) Bambi fly.
Today is living
We're able to continue
'Cause the world
It's still breathing
It's good to be here with you
You are here
And today
Today is forever
(...)
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