Nada mudará o meu mundo. Diz o estribilho, vapor de pauta. De outros quadrantes chegam-me conchas vazias. Esgotara-se o mar para o rés das águas, descidas dos andares altos das vagas. Nada mudará o meu mundo. Não me distraio. Nem um suspiro a mais. A terra está humedecida. As portas fechadas. Lá fora, há músicas vivas nas molas das folhas que ainda pendem desenvoltas nos galhos e dentro das fendas dos troncos e em volta do ferro das trancas. Nada mudará o meu mundo. Eu aconteço como sou e quero a minha vida. Nem meio suspiro a menos. Esquivando-me do canto malfadado que grassa e das nuvens que tapam o céu de branco, retardando o meu azul. Nada mudará o meu mundo. Há palavras boas para apanhar, sílabas que ressoam a ilhas povoadas de boa gente. Como há palavras agrestes, erva pisada, e nevoeiro que se arrasta. Nada mudará o meu mundo. Há reflexos do Sol nos escadotes de madeira e sombras que trepam paredes. Prefiro confiar, esquecida da trovoada. O fuso da roca perdeu a agudez, encostado a um canto. As árvores continuam de coração cheio: há música a sair-lhes pela seiva com a gravidade a puxá-la. É que nada mudará o meu mundo e o mantra «Jai Guru Deva Om» é tal-qualmente eficaz como outro refrão qualquer.