Improvisações em concerto. Há um certo ruído de fundo. Mas é quase água cristalina provinda do céu com o vento de Março a não querer sumir até ao ano que vem. Às vezes, também não tenho vontade de ir para casa. Fico a conversar até tarde nas soleiras das portas. Gosto de te ouvir entre o ruído do trânsito com a luz dos faróis a esconder-te a cara. Ficas semi-invisível. Era a minha ingenuidade apesar da hora, sem sol, para improvisos. E o tempo a interromper os melhores textos da noite. Sempre com a delicadeza de quem fecha mas não bate as portas.
Aqui, mais improvisações de dois amigos que não se vêem há 2 meses. E, como podes ver, o tempo às vezes é um rio que não existe. Chegas, sentas-te e começas a tocar. Como se a vida fosse feita de momentos em que te trago a minha história e em que recebo a tua. Resumimo-nos ao que somos: água e palavras. Tão natural como acertar nas teclas do piano, sem trazer nada preparado. Podes gostar ou podes não sentir. É a condição da sorte que a esquina da rua oferece.
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