Raízes: 2010, Londres. Folhagens: 2013, Mundo.
Elena Tonra trabalhava a solo, ou antes, criava a sua música. Filha de mãe italiana e pai irlandês, aos treze anos recebeu um álbum de Jeff Buckley oferecido pelo pai, sentindo esse o momento em que percebeu o que era a música. Desde cedo dedicada à escrita de poemas por se sentir solitária e inadaptada, mais tarde, é por meio da guitarra do irmão mais velho que decide transformá-las em canções, de cariz melancólico, iniciando o seu caminho como cantautora. Faltavam Igor e Remi, mas a banda acabou por se cruzar no Institute of Contemporary Music Performance e o trio conta agora com três anos de percurso. Quando conheceu Igor Haefeli na escola de música, e este se dispôs a tocar guitarra com ela nas actuações ao vivo, percebeu que os estilos se conjugavam e decidiu expandir a sua música. Nessa altura, o que começou por ser uma favor de um colega, rapidamente se tornou numa banda, mais tarde com a entrada do baterista Remi Aguilella. Por ter tido uma boa infância e, apesar da feminilidade intrínseca ao nome, devido a essa reminiscência, surgiu-lhe o nome Daughter, nome que é tido como confortável para os três elementos e já distante do projecto de Elena a solo.
Elena Tonra trabalhava a solo, ou antes, criava a sua música. Filha de mãe italiana e pai irlandês, aos treze anos recebeu um álbum de Jeff Buckley oferecido pelo pai, sentindo esse o momento em que percebeu o que era a música. Desde cedo dedicada à escrita de poemas por se sentir solitária e inadaptada, mais tarde, é por meio da guitarra do irmão mais velho que decide transformá-las em canções, de cariz melancólico, iniciando o seu caminho como cantautora. Faltavam Igor e Remi, mas a banda acabou por se cruzar no Institute of Contemporary Music Performance e o trio conta agora com três anos de percurso. Quando conheceu Igor Haefeli na escola de música, e este se dispôs a tocar guitarra com ela nas actuações ao vivo, percebeu que os estilos se conjugavam e decidiu expandir a sua música. Nessa altura, o que começou por ser uma favor de um colega, rapidamente se tornou numa banda, mais tarde com a entrada do baterista Remi Aguilella. Por ter tido uma boa infância e, apesar da feminilidade intrínseca ao nome, devido a essa reminiscência, surgiu-lhe o nome Daughter, nome que é tido como confortável para os três elementos e já distante do projecto de Elena a solo.
Depois de dois EP (His Young Heart e The Wild Youth) lançados em 2011, sendo Home retirado do segundo [mais electrónico e atmosférico que o anterior] percebe-se que a linha mestra que conduz o grupo se mantém, e esta coerência deriva sobretudo - à semelhança do que acontece com inúmeras outras bandas como Coldplay, Bon Iver, The XX, Cat Power -, do peso que a voz da vocalista imprime na balança trimétrica da banda.
Genericamente, as letras são autobiográficas. Relacionam-se com pensamentos e disposições pessoais. Elena desafia as emoções através da escrita. Serve-se da própria tristeza interior, e é esse seu lado escuro que considera a fonte verdadeiramente inspiradora que transforma em música. O tema Smother representa esse estado de espírito que denota culpa, talvez seja uma vontade de voltar atrás e fazer de modo diferente, ou, no limite não chegar a nascer: «I sometimes wish I'd stayed inside / my mother / never to come out».
Neste contexto, a canção Amsterdam é a excepção do álbum. O tema é uma espécie de comentário em relação ao comportamento humano. Foi escrita em Janeiro de 2012 numa viagem da banda a essa cidade. Trata-se da observação externa relativamente aos escapes mundanos: os vícios; as fugas; e todas essas maneiras de de alienação a que também se chama vida: «Good night with killing / Our brain cells / Is this called living / Or something else».
Mas nem só de originais se ocupa esta banda, já reinterpretaram alguns temas de Bon Iver, Hot Chip, e também os Daft Punk tiveram a mesma sorte em Get Lucky. Através das entrevistas, ocasiões essas de maior improviso, percebemos que, embora a manifesta fragilidade e a natureza das emoções envolvidas na música da banda, o lado negro não se exterioriza. À transparência do momento revelam o melhor da sua juventude e da sua alegria. São graciosos, afáveis, e, como se pode comprovar na seguinte introdução desta versão acústica de Medicine, parecem bastante realizados com o que têm andado a fazer. Esta banda está a conquistar o mundo: é uma «filha» com três braços e todos os dias surgem novos pais para a proteger.